19 de dezembro de 2012

A eterna busca pelos agudos. Caminho correto?

Nós trompetistas, principalmente da música comercial, do jazz, vivemos correndo atrás de tocar agudos. Quando conheço algum trompetista, uma das primeiras coisas que me perguntam é até que nota eu alcanço. Uma vez, viram eu com o bocal do Maynard Ferguson (Jet Tone, MF Personal, década de 70~80. O mais raso que já vi até hoje), e perguntaram: "Até que nota você alcança com ESSE bocal?". Bem, claro que o bocal raso ajuda (e muito), mas, da mesma forma, não é qualquer um que consegue tocar BONITO com aquele bocal. E muito menos tocar notas na região grave, mantendo a musicalidade. Este, pode ser um tema para muuuuitos posts, então, hoje, farei uma 'introdução' apenas.

É claro que, quando ouvidos os agudos incríveis de Maynard, Bill Chase, Cat Anderson, Doc Severinsen e companhia, queremos tocar aquilo. É difícil, chama a atenção, arranca aplausos, e inveja dos outros. Pela natureza de nosso instrumento, somos compelidos a ir por um caminho assim. Como postado neste blog: http://www.thetrumpetblog.com/are-trumpet-players-born-that-way-or-do-they-grow-into-it/ , o trompete não é um instrumento que se possa se esconder. QUALQUER coisa que você faça, aparece, então, por que não tomar a frente, e ser o centro das atenções de vez? Bem, isso é um pouco mais complicado.

Quando falamos em Cat Anderson, Maynard Ferguson, Doc Severinsen, sempre nos lembramos dos agudos que eles tocavam, mas, apenas agudos não resolvem. Você deve ser um bom trompetista, e, principalmente, um bom músico.

O próprio Maynard já dizia (como citado em outro post), que devemos ir para agudo, transpondo aos poucos uma música que tocamos, mantendo a mesma musicalidade.

Aí é que está a chave: mantendo a mesma musicalidade. Ao ouvirmos o Maynard ou o Arturo tocando Maria, vemos que, ao entrar na segunda frase (variação oitavada da primeira), a musicalidade se mantém. A beleza se mantém. E é sobre isso que a música é: Musicalidade, beleza, mensagem, 'espírito', e não notas e oitavas. Então, antes de pensar em que nota você alcança, pense: que notas você toca bem? Que notas você realmente precisa tocar durante uma determinada música?

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